Top ten 2022

André Venâncio
2 min readDec 31, 2022

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Mais um ano de muitas leituras enriquecedoras. Como de costume, foi difícil fazer a escolha. Sem mais delongas, eis os dez destaques do ano, na ordem em que os li.

  1. A bolsa amarela, de Lygia Bojunga (Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2007). Um clássico infantil, divertido, sensível e pungente, abordando algumas agruras existenciais das crianças e sobretudo das meninas.
  2. O estigma da cor: como o racismo fere os dois grandes mandamentos de Cristo, de Jacira Monteiro (São Paulo: Quitanda, 2021). Presente da autora. Exerceu grande impacto sobre mim. Expliquei melhor aqui.
  3. Aquilo que paira no ar, de Emilio Garofalo Neto (Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil; São Paulo: The Pilgrim, 2021). Décimo primeiro e, na minha opinião, melhor volume da série “Um ano de histórias”, toda ela excelente.
  4. A lei de Deus: história filosófica de uma aliança, de Rémi Brague (São Paulo: Loyola, 2009). Obra magistral de história dos conceitos envolvendo a relação entre a divindade e as leis ao longo das eras. Emprestado pelo meu amigo Aluizio.
  5. Elite da tropa, de Luiz Eduardo Soares, André Batista e Rodrigo Pimentel (Rio de Janeiro: Objetiva, 2005). O livro que deu origem ao filme “Tropa de elite” me surpreendeu menos pelas profundas diferenças em relação ao filme que pela qualidade literária; a coisa mais próxima de Nelson Rodrigues que li nos últimos anos. Quem me conhece sabe o tamanho do elogio que isso representa.
  6. Evolução teísta: uma crítica científica, filosófica e teológica, com contribuições de 25 autores e editado por J. P. Moreland, Stephen C. Meyer, Christopher Shaw, Ann K. Gauger e Wayne Grudem (São Paulo: Vida Nova, 2021). Valioso sobretudo pela abrangência enciclopédica de suas quase mil páginas e pela apresentação atualizada e sóbria. Melhor qualidade argumentativa na seção científica, que é também a mais extensa.
  7. Teologia sistemática, de John M. Frame (São Paulo: Cultura Cristã, 2019). Competência acadêmica, sabedoria pastoral e vida.
  8. Science, order and creativity [Ciência, ordem e criatividade], de David Bohm e F. David Peat (Londres: Routledge, 1989). Um dos grandes físicos do século XX e um amigo seu dissertando primorosamente sobre a natureza da criatividade científica, os aspectos pessoais envolvidos e as limitações da subcultura científica atual. Presente da Norma.
  9. A imagem descartada: para compreender a visão medieval do mundo, de C. S. Lewis (São Paulo: É Realizações, 2015). Como diz o subtítulo da edição original, trata-se na verdade de uma “introdução à literatura medieval e renascentista”, especialidade acadêmica do autor. Foi também o último livro que ele escreveu e, para mim pessoalmente, um testamento de sabedoria em temas de importância existencial profunda.
  10. Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias: introdução e comentário (São Paulo: Vida Nova, 2001). Publicados em um único volume da Série Cultura Bíblica, mais conhecida como “série das bolinhas”, mas na verdade reúne quatro obras diferentes: Obadias, de David Weston Baker; Jonas, de Thomas Desmond Alexander; Miquéias, de Richard J. Sturz; Naum, Habacuque e Sofonias, também de Baker. Todos excelentes pela qualidade acadêmica e didática, bem como pela relevância para uma vida de piedade.

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André Venâncio
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Written by André Venâncio

“Quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança.”

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